sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Antídoto

Estão todos flutuando à minha volta como belugas em um oceano sujo de tirania. Tento visualizar a superfície do cosmo idealista de uma sociedade perfeita, mas nada consigo visualizar além de belugas. Tento nadar para perto das mesmas, com a intenção de me comunicar, mas as que não se afastam tentam me atacar.
Estou à deriva. Deriva no lixo, no podre, no que o mundo tem de pior. Aluviões de mentira e cardumes da falsidade passam por mim em uma competição até engraçada de se observar, deixando em seu rastro, uma correnteza de venenos. 
Preciso de salvação. Há alguém no cais? Alguém pode me ouvir? Me tirem daqui! Ei... Ei! Você aí! Como se chama? - Surge uma forma acinzentada, ofuscada pela imensidão do oceano, diferente de todos os outros que já tivera visto.
- Alter-ego. - Um nome de princípio estranho, mas não hesitei.
- Pode me ajudar? - Corri pelas palavras.
- Qual o lucro da subsistência? - Provavelmente um maluco.
- Lucro? Preciso sair daqui! Me ajude!
- Me dê o lucro e te dou o antídoto dos 7 mares. - Disse em tom sugestivo.
- Oh... Tenho um relógio e o anel de casamento de minha esposa e... Me tire logo daqui!
- Muito obrigado, seu antídoto se chama "viver". Complete seus afazeres e poderá sair. Esta é a sua resposta. Este é teu antídoto. Tua ajuda não existe, vem de você.

22/07/11

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Aluvião Erudito

Tenha peixe e tenha mar
Seja azul e variação do ar
De temores indolores
Entrego-te a ti o pudor dos amores

Cores, flores, senhores
Tirania, supremacia, sabores
De obstáculo e orgulho
Vamos fugir
Desse espetáculo, desse Julho.

15/07/11